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30 de outubro – Dia Nacional da Luta contra as doenças reumáticas: temos motivos para comemorar?

Do exame da célula LE em 1948 às técnicas de microarray (que avalia as expressões dos genes), ou do uso do ouro para a artrite reumatoide, os imunoduladores e os imunobiológicos, é extraordinária a evolução da reumatologia, em especial nas últimas três décadas. Vislumbramos em um futuro próximo a tão desejada terapia personalizada ou medicina de precisão, na qual se utilizará a genética, genômica e a proteômica, ou seja, o medicamento correto, na dose e momentos certos. Iremos além dos imunobiológicos. A ideia é o tratamento curativo: reprogramar o sistema imune para o seu normal (imunoterapia imunoespecífica). Esta evolução do tratamento ao longo das últimas décadas permitiu ao paciente reumático uma inegável melhora da qualidade de vida e diminuição da mortalidade nas doenças graves, como Artrite Reumatoide, Espondilite Anquilosante e Lúpus Eritematoso Sistêmico – só para citar algumas.

Agora, quanto desta revolução chegou às classes menos favorecidas da nossa população? No Brasil, 40% da população adulta (57,4 milhões), em especial as mulheres, sofre de uma doença crônica, responsáveis por 72% das mortes. As doenças reumáticas figuram entre as cinco causas mais comuns, destacando-se as da coluna em 21 % das mulheres e 15% dos homens (dados do IBGE). O Brasil possui poucos estudos sobre o impacto socioeconômico e financeiro das doenças reumatológicas. O período de latência entre o início dos sintomas e a chegada do paciente ao reumatologista – média de 8 anos para as doenças inflamatórias da coluna (espondiloartrites) – já determina que o paciente chegue ao reumatologista com lesões irreversíveis.

Na região Sul há, em média, um reumatologista para cada 70 mil habitantes, como é o caso de Santa Catarina, mas em outras regiões do país esta relação chega a ser um médico reumatologista para 200 mil pessoas, como na Bahia – número este que é o dobro do ideal. A introdução da telemedicina nas Secretarias de Saúde tem por objetivo agilizar o acesso do paciente reumático ao especialista, reduzindo o tempo de espera para a primeira consulta pelo SUS, atualmente em meses. O custo médio anual para o sistema público de saúde brasileira tratar um paciente com espondilite anquilosante, por exemplo, de acordo com um estudo publicado em 2018, foi de R$ 100 mil (dados de 2012), que deve ser substancialmente reduzido com a introdução dos medicamentos biossimilares (novos biológicos).

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Concluindo: embora do ponto de vista científico tenhamos progredido substancialmente, este avanço ainda precisa refletir da mesma forma no atendimento à população mais carente, em especial aos usuários do SUS.

* Mara Suzana Cerentini Loreto (CRM 4848) é Reumatologista e Presidente da Sociedade Catarinense de Reumatologia (SCR).

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